quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Direitos Humanos que passam longe do Rio

Esta quarta-feira, dia 10 de dezembro, marca os 60 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assinado em 1948, com o mundo ainda abalado pela Segunda Grande Guerra e pelo genocídio praticado por regimes nazi-fascistas, o documento pode ser reconhecido como um esforço louvável para garantir que todos os homens sejam livres e iguais em dignidade e direitos; mas apenas um esforço.

Digo isto diante da minha posição de carioca, que convive de perto com os problemas da cidade, e que discorda totalmente da atual “estratégia” de atuação da polícia militar do Rio, os chamados “autos de resistência”. Para exemplificar minha posição, cito um caso emblemático: a megaoperação no Complexo do Alemão em 2007, que terminou com um saldo de 19 mortos, 22 gravemente feridos e apenas 14 armas apreendidas. Sem contar essa incoerência dos números, a grande maioria dos tiros, conforme legistas afirmaram na época, foram disparados de cima para baixo, formando um ângulo de 45 graus ao penetrar os corpos, o que configura execução.

Do outro lado, policiais também sofrem com constantes execuções. Vão para as ruas destreinados, sem uma política de segurança específica criada pelo Estado, que possa orientar seu trabalho. Trabalho esse que desempenham em condições precárias e muitas vezes desumanas. Se há alguém culpado por essa situação que enfrentamos no Rio, esse alguém não usa farda, nem bermuda e chinelos, e sim terno e gravata.

O culpado é o Estado por não investir em programas de políticas públicas eficazes a longo prazo, principalmente na área de Educação, Saúde e Segurança Pública. O que vemos são medidas imediatas, de caráter eleitoreiro. Por exemplo, falam em construir as Upas 24 horas, mas nada em (re)pensar e (re)estruturar a Saúde no Rio de Janeiro, a começar pela valorização do médico, servidor público, e de suas condições de trabalho. O mesmo se aplica na Educação, onde o médico é o professor, e na Segurança Pública, onde o prefessor é o policial.

Nesta data tembém seria oportuno abordar, na forma de denúncia, o tema Ecologia, que tem sido incorporado com força nos últimos anos na pauta dos Direitos Humanos. Há cerca de algumas semanas, um morador do primeiro andar do edifício Yemanjá, n. 746 da Av. Atlântica, no Leme, pediu ($) para o porteiro envenenar mais de cinco árvores que atrapalhavam sua visão do mar. Quis contemplar a natureza, matando a própria natureza.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

DrummonTimAndo

Eu não fui do Leme ao Pontal
Mas até ao Carlos Drummond
Eu vou chegar pra cumprimentar

Deixando a Princesa Isabel
Passei num bordel à beira do mar
Sereia ela também é
Só cobra pra virar mulher

(Eu não fui...)

Eu não fui do Leme ao Pontal
Mas até ao Carlos Drummond
Eu vou chegar pra comemorar

Na volta viatura apagada
Na sombra da noite uma emboscada
Se eu tivesse rodado não fosse bamba
Com certeza aqui não teria postado esse samba

(Eu não fui...)

Eu não fui do Leme ao Pontal
Mas até ao Carlos Drummond
Eu vou chegar pra cumprimentar